Há 58 anos, todo fim de semana, os nordestinos fazem do Campo de São Cristóvão o seu ponto de encontro no Rio de Janeiro. Lamentavelmente, por muito tempo, o evento era chamado preconceituosamente de "feira dos paraíbas". No fim dos anos 90, com a explosão comercial do gênero forró, a Zona Sul carioca descobriu o local e o colocou no "mapa hype". Antes dessa onda, eu cheguei a levar amigos estrangeiros ao local, por considerá-lo um retrato mais fiel de uma parte da nossa cultura.
Há anos que a feira ocupava o entorno do Pavilhão de São Cristóvão, uma construção datada de fins dos anos 50, projetada pelo arquiteto Sérgio Bernardes para ser um local de exposições. Lembro que, quando criança, na década de 70, cheguei a visitar o pavilhão para ver uma exposição do Exército. Descontando o fato de eu desconhecer que tudo aquilo era propaganda da ditadura, era divertido simular saltos de pára-quedas, entrar no interior de um tanque, entre outras coisas.
Anos mais tarde, o pavilhão foi desativado, o que era uma grande pena. O local é um marco do panorama arquitetônico da cidade do Rio Janeiro. Segundo relatos de seu projeto, ele "possui uma das primeiras estruturas com cobertura em parabolóide-hiperbólico do mundo, e suas dimensões figuram até hoje entre as maiores já executadas no gênero".
Depois de um projeto de reativação do local, o pavilhão se transformou no Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga, inaugurado no dia 20 de setembro passado.
Sábado, à noite, fui visitar a feira. Ainda falta muita coisa. O estacionamento não é suficiente para a quantidade de visitantes. Tentamos colocar o carro na área em frente ao Colégio Pedro II, mas a máfia de guardadores da CET-Rio estava cobrando R$ 5 para deixar o carro lá. Dentro do pavilhão, muitas barracas ainda estão montadas sobre chão de cimento batido, e alguns locais guardam material de obra. Havia muita fumaça por conta do preparo de quitutes. Consegui comer uma tapioca (boa) e um acarajé (fajuto). Trouxe pra casa uma pamonha (razoável). Beber é que foi difícil. Pelo que entendi, o local tem contrato com a Schincariol. Todos os refrigerantes são dessa marca e, no local em que comi, estavam quentes. Quanto à tal Nova Schin, bem, essa eu prefiro nem experimentar.
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| editado por Samuel A. Crespo | 5:55 PM |
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::.. quinta-feira, setembro 25, 2003 ..::
O melhor do nada
Nesse período de entressafras de seriados, o que vale mesmo a pena assistir é a "Maratona Seinfeld". O problema é que são cinco finais de semana (nove horas no sábado e nove horas no domingo) exibindo um total de 180 episódios de meia hora cada.
Eu não agüento tanto tempo em frente à TV. Gravar também não dá. Mesmo assim, eu separo algumas horinhas pra ver uma seqüência de episódios. No último domingo da maratona, vou fazer plantão em frente à telinha.
Na época em que a série foi ao ar, eu não tinha tv a cabo, mas me lembro de que o final foi comentadíssimo. De fato, Seinfeld faz jus ao título informal de melhor sitcom de todos tempos. Os roteiros são muito bons e os quatro personagens são fantásticos.
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| editado por Samuel A. Crespo | 7:48 PM |
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::.. quarta-feira, setembro 24, 2003 ..::
O cravo mal temperado
Segunda-feira fui ao Municipal. Há eras que eu não pisava por lá. Descolei um superconvite para assistir a um grupo de câmara alemão, o Musica Antiqua Köln. Para o programa, extratos de música de câmara alemã dos séculos XVII e XVIII, a formação contava com dois violinos, uma viola, violoncelo e cravo. Os três primeiros instrumentos eram exemplares raros, datados entre 1665 e 1742. O violoncelo era uma cópia de um instrumento barroco, feita em 2000. O cravo devia ser do Municipal mesmo.
Foi estranho ouvir um concerto de câmara barroca, com instrumentos de sonoridade pequena (apropriadíssimos para o repertório em questão), em um local gigantesco como o Municipal do Rio. O Cravo, que no repertório dobrava o cello e realizava os baixos cifrados, foi engolido pelo som dos outros instrumentos.
Pior mesmo foi constatar que não há nenhum tipo de isolamento acústico entre o Teatro e seu vizinho, o Cordão do Bola Preta. Da lateral do balcão nobre, ficava difícil se concentrar em Bach, Haendel, Krieger, Scheidt e Telemann, tendo de se abstrair da insistente percussão da casa de baile. A Sala Cecília Meireles teria sido muito mais apropriada para um concerto desse tipo.
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| editado por Samuel A. Crespo | 8:44 PM |
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::.. segunda-feira, setembro 22, 2003 ..::
Amazing Grace
Indicada pela terceira vez ao Emmy, Debra Messing (foto), de Will & Grace, finalmente levou o prêmio para casa. Até então, dentre o elenco principal, ela era a única que não havia sido premiada.
O mais engraçado é que os atores premiados como melhores em comédia geralmente passaram por uma temporada na qual sua atuação dramática ficara mais evidente. Foi assim com a atriz que faz a esposa do Raymond, no ano retrasado; com a Rachel, de Friends, no ano passado, envolvida com sua gravidez; e agora, com a Grace, que atuou em cenas fortes de briga com o Will e em outras relacionadas ao seu casamento com Leo.
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| editado por Samuel A. Crespo | 5:06 PM |
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::.. domingo, setembro 21, 2003 ..::
Feito com amor
Daí que eu vi um ambulante na rua, ontem, vendendo um Bob Esponja de pelúcia. Até então só tinha visto o Bob em plástico inflável (Uia!). Agora me diga por que não fazem o dito cujo de [dann] esponja? E aí, você faria?
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| editado por Samuel A. Crespo | 8:36 PM |
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::.. sábado, setembro 20, 2003 ..::
Mais uma vez (Renato Russo - Flávio Venturini)
Mas é claro que o sol Vai voltar amanhã Mais uma vez, eu sei Escuridão já vi pior De endoidecer gente sã Espera que o sol já vem
Tem gente que está do mesmo lado que você Mas deveria estar do lado de lá Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar Tem gente enganando a gente Veja nossa vida como está Mas eu sei que um dia a gente aprende Se você quiser alguém em quem confiar Confie em si mesmo Quem acredita sempre alcança
Nunca deixe que lhe digam Que não vale a pena acreditar no sonho que se tem Ou que seus planos nunca vão dar certo Ou que você nunca vai ser alguém Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar Mas eu sei que um dia a gente aprende
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| editado por Samuel A. Crespo | 9:58 AM |
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::.. terça-feira, setembro 16, 2003 ..::
Boquiaberto
Há coisa melhor do que ganhar um cd? E se for dado por um amigo muito querido? E se o presente for surpresa? E se vier de muito longe? E se esse cd completar uma de suas coleções? E se essa coleção for de seu artista favorito? E se o pacote ainda vier com um bônus? E se for tudo-isso-ao-mesmo-tempo-agora?
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| editado por Samuel A. Crespo | 8:08 PM |
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::.. segunda-feira, setembro 15, 2003 ..::
Totalmente bloWg (1)
Sexta, à noite, vi um documentário sobre a cineasta alemã Leni Riefenstahl, no Cinemax. Sábado, foi dia de almoçar na casa dos pais de M. e, à noite, receber amigos em casa. W., que veio de Nikity, passou a noite por aqui. Domingo, a chuva pedia para que ficássemos em casa. Um churrasquinho de apartamento foi a conta certa. Para o frio, o remédio foi uma parte da maratona Seinfeld, debaixo de um edredom. Fechando o dia, mais um episódio da terceira temporada de "A Sete Palmos", na HBO. Queria estar, hoje, com minha avó, que faz 87 anos, mas o jeito foi dar um telefonema. Zilhões de atividades pra preparar para o trabalho amanhã. Nem sei por onde começar.
Nota: 1. Com toda reverência à queridíssima Marina.
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| editado por Samuel A. Crespo | 3:21 PM |
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::.. sexta-feira, setembro 12, 2003 ..::
Frio é fogo!
O sol se esconde desde quarta-feira à tarde. A temperatura caiu bastante. Hoje me bateu uma vontade de fazer uma sopa. Ok, não foi só a vontade. Olhei pra geladeira e vi que o que havia por lá só dava mesmo para um sopa. Enfim, foi uma boa idéia. Ficou deliciosa!
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| editado por Samuel A. Crespo | 6:22 PM |
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Retrô
Amei esse novo recurso do Blogger.com que permite datar um post (tanto pra frente quanto pra trás). Isso vai me ajudar a colocar, por aqui, os arquivos do início do Imprensa Marrom postados no falecido Desembucha.
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| editado por Samuel A. Crespo | 6:16 PM |
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::.. quinta-feira, setembro 11, 2003 ..::
Uma boa coisa para o dia
Há 36 anos, em New Orleans, nascia Harry Connick, Jr. Todos os meus amigos sabem que ele é o meu cantor preferido entre os estrangeiros. Compositor, arranjador e pianista de primeiro escalão, o moço ainda se arrisca no cinema e na tv. Atualmente, ele pode ser visto fazendo participações especiais no sitcom "Will & Grace", no papel do Dr. Leo Marcus, marido de Grace.
Com o lançamento de seu novo álbum, "Other Hours (Connick on Piano, Volume 1)", minha coleção acabou ficando imcompleta. Minha vontade é entrar no Amazon e comprar o cd, mas meu saldo bancário não permite tamanha extravagância. Então, minha homenagem vai em forma de post. Happy B'day, dear Harry!
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| editado por Samuel A. Crespo | 7:36 PM |
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::.. quarta-feira, setembro 10, 2003 ..::
Pare de me arranhar (Marcio Proença, Marco Aurelio e Darci de Paulo)
Pare de me arranhar A sua unha pode se quebrar A minha pele pode se ofender E o meu pêlo não voltar atrás Se eu quiser vou ser um bambuzal Não vou ter medo do seu vendaval Pra não vergar nem na hora da dor de um adeus Mas vou dar um olá de adeus
Use a receita que o doutor te deu Cafiaspirina com colher de chá Água de cheiro, emplastro sabiá Mas pra saudade não tem hospital Só tem um jeito de curar o mal É so chorar, ver o tempo passar Pra depois enxugar o adeus no olá Pare de me arranhar...
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| editado por Samuel A. Crespo | 9:05 PM |
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| editado por Samuel A. Crespo | 6:04 PM |
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::.. domingo, setembro 07, 2003 ..::
Tentação e perdição
Domingo passado, a Nêga me faz a sacanagem de postar uma receita dessa belezura que é a tal "Palha Italiana". Eu já havia provado a iguaria em um restaurante e ficara mesmerizado desde a primeira vez que minha boca entrou em contato com o doce. Daí, quando vi a receita, juntaram-se a fome e a vontade de comer e... aí está a prova visual. O gosto e o cheiro só in loco.
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| editado por Samuel A. Crespo | 4:50 PM |
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::.. sexta-feira, setembro 05, 2003 ..::
Enquanto o flog não vem... Há mais fotos minhas no blog Arte Musical. Foram tiradas no Café Teatro Arena, no show de lançamento do cd "Só Canção", de Cristina Saraiva.
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| editado por Samuel A. Crespo | 7:34 PM |
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Jura Secreta (Sueli Costa e Abel Silva)
Só uma coisa me entristece O beijo de amor que não roubei A jura secreta que não fiz A briga de amor que não causei
Nada do que posso me alucina Tanto quanto o que não fiz Nada do que eu quero me suprime De que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora Aquela que meu coração não diz Só o que me cega, o que me faz infeliz É o brilho do olhar que não sofri
Adoro essa música na voz de muitas cantoras, mas Clarisse Grova cantando isso, como diz uma amiga, é de ouvir de joelhos!
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| editado por Samuel A. Crespo | 7:18 PM |
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::.. quinta-feira, setembro 04, 2003 ..::
Desejo de matar
Tudo o que eu queria hoje é um bom sanduíche de mussarela de búfala com tomates secos e rúcula em um pão ciabatta. Por que é que eu não me contento com um simples pão com ovo?
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| editado por Samuel A. Crespo | 6:35 PM |
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Roda do tempo
O céu amanheceu azul e com poucas nuvens. No fim da tarde, o vento frio trouxe de volta os tons de cinza.
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| editado por Samuel A. Crespo | 6:31 PM |
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Atentado poético
Está rolando pela rede um mail dando conta deste movimento. Já tinha lido também no Plurilexical. Depois foi o Jules Rimet que passou por aqui para me lembrar:
No próximo dia 11 de setembro, ocorrerá em diferentes partes do mundo um atentado poético. Todas as pessoas interessadas no saber estão convidadas a sair pelas ruas nesse dia com um livro, dedicado a um desconhecido, e deixar esse livro em um parque, café, um lugar público, para que seja encontrado e levado de presente. Aos doadores, por sua vez, é permitido receber e levar para casa os livros que encontrarem. Você adotará um livro? Libertará um livro? Por favor, circule esta informação. Esperamos que o movimento cresça.
Então é isso. Eu também vou participar. Já estou escolhendo o livro que vou doar.
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| editado por Samuel A. Crespo | 6:28 PM |
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::.. segunda-feira, setembro 01, 2003 ..::
Manhãs de Setembro (Vanusa - Mário Campanha)
Fui eu quem se fechou no mundo e se guardou lá fora Fui eu que num esforço se guardou na indiferença Fui eu quem numa tarde se fez tarde de tristezas Fui eu quem consegui ficar e ir embora
E fui esquecida, fui eu Fui eu que em noite fria se sentia bem E na solidão sem ter ninguém, fui eu Fui eu que em primavera só não viu as flores E o sol nas manhãs de setembro
Eu quero sair, eu quero falar, eu quero ensinar o vizinho a cantar Eu quero sair, eu quero falar, eu quero ensinar o vizinho a cantar
Nas manhãs de setembro Nas manhãs de setembro Nas manhãs de setembro Nas manhãs
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| editado por Samuel A. Crespo | 8:38 PM |
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Hoje, o rosto; ontem, a voz
Uma das primeiras notícias que li hoje foi sobre a morte do ator americano Charles Bronson, famoso por seus personagens durões e pela série de filmes "Desejo de Matar".
Foi difícil não me lembrar de um vizinho muito simpático, falecido em dezembro de 96. Conhecido como Garcia Neto, era ele quem dublava Mr. Bronson nos filmes da televisão. Era impossível esbarrar com ele no elevador e receber um bom dia ou emendar um papo, sem associá-lo à figura do ator.
E ainda havia o filho dele, Garcia Júnior, que já não morava no prédio, mas quando abria a boca, a gente já esperava que a qualquer momento ele bradasse: "Pelos poderes de Greyskull..."
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| editado por Samuel A. Crespo | 2:30 PM |
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