Não posso reclamar de 2006. Um ano com saldo positivo durante todo o período. Comecei com a aprovação em um concurso legal de uma boa prefeitura, conhecida por ter a melhor remuneração no magistério dentre todas do estado. Fui parar numa escola excelente, na qual o trabalho desenvolvido é gratificante.
No meio do ano, fui desafiado a prestar concurso para uma escola da esfera federal, o Colégio Pedro II, com tradição acadêmica de mais de 150 anos de excelência em educação. Medrei ao me inscrever, fiquei desanimado quando fui pegar o cartão de confirmação e vi que o número de candidatos havia dobrado só nos 3 últimos dias de inscrição, mas segui pra fazer a prova.
A primeira etapa, em agosto, foi uma prova escrita, com quase 20 páginas de questões discursivas e ainda uma dissertação que deveria ter entre duas e quatro páginas. Cinco horas de prova. Saí de lá com a mão doendo de tanto escrever e desanimado pela dificuldade inicial dessa prova que era eliminatória: só passaria à fase seguinte quem conseguisse pontuação maior que 70% do total.
No dia do resultado, 12 de setembro, tremi ao abrir o site do colégio e ver a carnificina instaurada, mas lá estava eu entre os 30 aprovados para a segunda etapa.
A próxima etapa era uma prova de aula para uma banca de catedráticas. Minha prova foi marcada para 19 de outubro. Alguns dias antes, eles divulgariam uma lista de dez tópicos possíveis para a aula. Uns eram mais simples, outros extremamente trabalhosos. O sorteio era realizado 24 horas antes da prova. Eu estava muito, muito nervoso.
No dia 18 peguei meu tema e fiquei sabendo que teríamos de dar aula para um grupo de alunos, não só para a banca. Saí correndo de lá pra ter uma aula rápida com uma amiga que conhecia as manhas. Corri pra casa e comecei a preparar a aula e buscar idéias, ilustrações, gravações e tudo o que conseguisse pra dar uma aula-show. Um amigo me emprestou exemplos de planos de aula e me deu suporte para que eu descrevesse da melhor maneira o que eu pretendia com a aula (métodos, objetivos gerais e específicos etc).
Graças a Deus, fiquei bem calmo para a prova. Saí de lá acreditando que tinha dado uma aula muito boa. E aí, foram 5 dias intermináveis de espera pelo resultado. Uma aflição! Quando saiu, que maravilha... eu conseguira uma nota 94, a quarta maior nota dentre os 30 que deram as suas aulas.
Essa prova também era eliminatória, com nota mínima de 70 pontos. Só 16 passaram à fase final, e eu passei, sendo que na classificação parcial eu pulei de 20º lugar para 7º.
Agora viria a prova instrumental (legislação e conhecimentos de informática), que eu não fazia idéia de como seria. No dia 3 de novembro lá estava eu na Unidade Centro, para a tal prova. Uma semana depois, o resultado me sorriu com a terceira maior nota.
No entanto a parte pior do concurso – que era a razão que mais me desmotivava a tentar uma dessas vagas – era a prova de títulos (experiência profissional, publicações, mestrado, doutorado etc). Como eu ainda não tenho mestrado, sabia que isso seria um dificultador na hora da pontuação. Mas eu tinha experiência com docência (até em ensino superior), trabalho técnico na área, publicações e uma outra graduação que também valia pontos. Consegui reunir muitos documentos e anexei uma lista requerendo 53 pontos de títulos. Consegui 47, o que foi uma boa média. Um conhecido que tinha mestrado requereu 59 e conseguiu 50.
Quando saiu o resultado dessa pontuação, deu pra somar todas as provas e seus pesos e me ver classificado dentro das 8 vagas oferecidas, em sexto lugar. O resultado oficial saiu no dia 29 de novembro, depois de esgotados os recursos. Minha classificação foi confirmada. No dia seguinte, recebi um telefonema do colégio me convocando para uma reunião na próxima semana. Agora é torcer para dar tudo certo nos exames médicos e tomar posse ainda em dezembro.
Quem tem contato comigo fora do blog, já sabia de alguns detalhes, mas agora, eles vieram pra cá, para compartilhar um fechamento de ano muito feliz. A minha felicidade é do tamanho desse post, um dos maiores que já escrevi. Obrigado a quem teve paciência de ler.
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| editado por Samuel A. Crespo | 12:34 PM |
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